sábado, 24 de maio de 2014

QUEM TEM MEDO DE VIRGINIA WOOLF ?

Hoje sábado a minha querida e eterna namorada queria ter o prazer (cultural) de assistir uma peça teatral em São Paulo, Fomos ao Teatro Raul Cortez assistir a tão falada peça QUEM TEM MEDO DE VIRGINIA WOOLF ? Já conhecia a peça pelo cinema na interpretação  de Elizabeth Taylor e Richard Burton, portanto já sábia tratar-se uma longa e chata DR (discussão sobre a relação). Mas para não contrariar as expectativas da namorada, fui resignado ao teatro. Claro não falei o que já sabia a respeito do tema tratado.  Mas pensei comigo não vou ser chato, pois possivelmente eles atualizaram a peça, trouxeram o texto dos anos 50/60 da conservadora sociedade americana para os dias atuais.  No entanto, qual foi a surpresa, ou várias surpresas. A primeira delas foi saber que o teatro de 596 lugares estava praticamente lotado. A segunda surpresa foi o preço modico e popular de apenas R$ 90,00 por pessoa, ou seja R$ 180,00 o casal. Num país rico como o nosso uma bobagem. Depois o pessoal do teatro quer saber a razão do povão não passar nem perto da bilheteria. Mas estava lotado. Claro mal se escutava o que os atores falavam/ berravam. A peça é a interpretação literal do filme de 1966, uma cópia do figurino a interpretação tudo igual, basta alugar o filme e poupar o meu rico e estimado dinheirinho (o meu é o dela). O texto da peça esta totalmente ultrapassado, não possui sentido para os dias de hoje. Nem mesmo os americanos mais  conservadores ficam em casa sábado, à noite, vestidos de terno e gravata. O texto é uma grande discussão de casal; me perguntava nos dias de hoje as pessoas quando não se suportam mais simplesmente se divorciam, ninguém mais fica se torturando apenas para manter as aparências. Perdendo-se em uma relação que já se esgotou; nos anos 50/60 em muitos países não havia o divórcio. E também nos EUA o casamento eterno sofria a pressão  religiosa e social do mundo da época. Portanto, não há dúvida que o texto é velho e sem nenhum sentido nos dias de hoje. Hoje ninguém fica em um casamento fracassado ou esgotado em razão das aparências sociais ou por pressão de qualquer Igreja.  Os atores se esforçaram em tirar daquela velharia sem sentido, algum sentido. A peça não tem qualquer mensagem para os dias atuais. Hoje as mulheres trabalham e tem suas carreiras, não dependem do marido fazer uma carreira para terem algum benefício. A personagem Martha é frustrada em razão do insucesso acadêmico do marido. Reitero novamente não existe no século XXI a figura da mulher pendurada profissionalmente. A DR dos dois é interminável e não chega a lugar nenhum. Minha grande surpresa é o fato do teatro brasileiro ainda se prender a fórmulas ultrapassadas, a problemas e questões que já foram superadas há muito tempo. E principalmente a grande falta de imaginação. Aguentei firme aquela chatice até o final, mas vi muitos casais irem embora antes do término daquela lenga-lenga cansativa. OOOOOHHHH  teatrinho chato.
                    
                                                                                               DR HERMES VITALI

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