terça-feira, 23 de outubro de 2012

JORNAL DA TARDE; SUPERENDIVIDADOS TERÃO TRATAMENTO ESPECIAL

 
Os consumidores superendividados de São Paulo vão começar a receber um tratamento especial. O Programa de Apoio ao Superendividado (PAS), liderado pelo Procon de São Paulo em parceria com o Poder Judiciário, vai oferecer desde palestras educativas até audiências no Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania (Cejusc) – do Tribunal de Justiça do Estado – para intermediar a negociação dos endividados com os credores.

“Esse programa vai auxiliar os consumidores orientando e promovendo audiências de renegociação”, diz Paulo Arthur Góes, diretor executivo do Procon-SP.

A expectativa é que o programa atenda 120 endividados por mês. A sede do Núcleo de Tratamento do Superendividamento foi inaugurada na sexta-feira, na Barra Funda, zona oeste de São Paulo, e começa a funcionar hoje.

Em todo o processo de auxílio, estão previstos três passos. No primeiro, haverá um processo de triagem dos superendividados; no passo seguinte, serão realizadas palestras e entrevistas. Por fim, haverá a tentativa de renegociação da dívida com os credores.

No projeto-piloto, encerrado no ano passado, o programa antedeu 288 endividados – na média cada um devia em quatro contratos. “São normalmente dívidas em cheque especial, cartão de crédito, contas não pagas de serviços essenciais”, afirma o diretor executivo do Procon-SP.

Pelo levantamento da entidade, 31% dos participantes do projeto piloto estavam devendo porque gastaram mais do que ganharam. Outros 24% deviam porque houve uma alteração na renda, e 21% entraram na lista de devedores por causa do desempregado.

No recorte por faixa de dívida total, 34,7% deviam entre R$ 1 mil e R$ 4.999. Na sequência, estão dívidas cuja a soma vai até R$ 1 mil (28,1%). Em terceiro lugar, estão dívidas entre R$ 5 mil e R$ 9.999 (18,8%).

A condutora escolar Odete da Silva Meira, conseguiu reduzir a sua dívida de R$ 25 mil para R$ 11 mil no projeto piloto. Na renegociação no Cejusc, a proposta foi de um parcelamento da dívida em até 48 vezes, mas ela preferiu quitar o que devia em 11 vezes. “Acabei de pagar a última parcela em maio.”

O orçamento de Odete estourou durante a construção da sua nova em Campo Limpo. “Quase todo dia chegava uma cobrança pelo correio.”

No processo de renegociação, ela aprendeu a se organizar financeiramente, colando todos os gastos numa planilha. “Hoje, já consigo até guardar um dinheiro por mês.”

LUIZ GUILHERME GERBELLI

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