O ESTADO DE S. PAULO - METRÓPOLE
BO mais rápido começa sem informação
Metade dos 93 distritos policiais (DPs) da capital paulista começou ontem a funcionar com a nova estrutura administrativa, que deve ser instalada até 1.º de agosto em todos os DPs da cidade. Mas o primeiro dia do Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC) foi marcado por desinformações. Não havia placas para informar os usuários que agora é possível reclamar de atendimento falho ou se o registro de boletim de ocorrência demorar mais de 20 minutos.
Quem for mal atendido pode reclamar pelo telefone (11) 3815-5446 ou pelo e-mail sac-decap@policiacil.sp.gov.br. Além do canal de comunicação, o programa prevê alterações nas escalas e nas equipes policiais para aumentar a eficiência do atendimento e das investigações.
"É a primeira grande mudança em 40 anos de polícia. Precisamos contar com a ajuda e a fiscalização da população para que a gente saiba o que de fato ocorre nos distritos", diz o delegado Carlos Paschoal de Toledo, diretor do Departamento de Polícia Judiciária da Capital (Decap).
No entanto, no 14.º DP (Pinheiros), onde fica a Seccional Oeste, o plantonista não sabia do novo serviço anunciado pelo Decap na semana passada. No 96.º DP (Brooklin), mesmo espaço da Seccional Sul, um investigador também desconhecia a nova medida. Ele perguntou a outros dois colegas, que também não souberam explicar o que era o serviço.
No 81.º DP (Belém), na Seccional Leste, o plantonista mais uma vez nunca tinha ouvido falar das mudanças. Outro policial disse que "aos poucos" as placas com informações chegariam aos plantões policiais. Segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP), as placas estão sendo produzidas para que seja mantido o mesmo padrão.
Ontem, duas delegacias foram avaliadas pela SSP sobre atendimento: o 9.º DP (Carandiru) e o 81.º DP. Em ambos, segundo a pasta, as vítimas foram atendidas em até 20 minutos. Nesta última, a reportagem viu o plantão vazio. Em nota, a secretaria informou que oito ligações chegaram ao SAC, a maioria elogios, mas não explicou sobre o que se tratavam os telefonemas.
Alterações. As mudanças previstas abrangem desde escalas de plantões dos funcionários das delegacias até a redistribuição de pessoal. Os 6,2 mil funcionários deixam de trabalhar em escala de 12 horas (o que os obrigava a cumprir horários de manhã e de madrugada na mesma semana) para trabalhar em horário fixo de oito horas.
Em relação à estrutura, as delegacias que registram menor quantidade de BOs, como o 18.º DP, no Alto da Mooca, na zona leste (menos de 2 mil boletins por ano), cedem funcionários para locais mais movimentados, como o 1.º DP, no centro (mais de 15 mil). A maioria das equipes vai trabalhar das 7h às 23h, quando são registrados 85% dos BOs.
Houve também um enxugamento de 50% no pessoal que trabalhava nas seccionais, que foi redistribuído pelos distritos da capital. "A divisão de pessoal não seguia nenhum critério. A reestruturação vai agilizar o trabalho", diz o delegado assistente Pablo Rodrigo França, do Decap.
As prisões em flagrantes, que obrigavam a interrupção do atendimento ao público nas delegacias, passam agora a ser feitas em centrais voltadas para esse serviço. Serão nove centrais de flagrantes espalhadas pelas seccionais da capital.
Um flagrante pode levar até três horas para ser feito, o que resultava em longas demoras para o registro de BO.
As mudanças começaram nos distritos das 4.ª (norte), 5.ª (leste), 7.ª (Itaquera) e 8.ª (São Mateus) seccionais. As mudanças passam a abranger as demais delegacias a partir de 1.º de agosto. A partir dessa data, todos os distritos vão ficar abertos 24 horas.
PARA LEMBRAR
Interior testou plano por 1 ano
O piloto das mudanças nas delegacias paulistas completou um ano de atividades em dez cidades da região de Piracicaba, no interior do Estado. Nesses municípios, 16 DPs tiveram prédios desativados e o atendimento foi unificado com outras unidades. São João da Boa Vista, por exemplo, centralizou em um só prédio, além de três distritos policiais, a Delegacia da Defesa da Mulher e a Delegacia de Investigações Gerais.
Na avaliação da Secretaria da Segurança Pública, o projeto foi um sucesso. Segundo o coordenador do projeto de reengenharia, Valdir Assef, além da melhor qualidade dos serviços, as mudanças possibilitaram economia ao Estado. Em Leme, a redução de custos foi de R$ 15 mil por mês, por exemplo.
Bruno Paes Manso e Camilla Haddad
BO mais rápido começa sem informação
Metade dos 93 distritos policiais (DPs) da capital paulista começou ontem a funcionar com a nova estrutura administrativa, que deve ser instalada até 1.º de agosto em todos os DPs da cidade. Mas o primeiro dia do Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC) foi marcado por desinformações. Não havia placas para informar os usuários que agora é possível reclamar de atendimento falho ou se o registro de boletim de ocorrência demorar mais de 20 minutos.
Quem for mal atendido pode reclamar pelo telefone (11) 3815-5446 ou pelo e-mail sac-decap@policiacil.sp.gov.br. Além do canal de comunicação, o programa prevê alterações nas escalas e nas equipes policiais para aumentar a eficiência do atendimento e das investigações.
"É a primeira grande mudança em 40 anos de polícia. Precisamos contar com a ajuda e a fiscalização da população para que a gente saiba o que de fato ocorre nos distritos", diz o delegado Carlos Paschoal de Toledo, diretor do Departamento de Polícia Judiciária da Capital (Decap).
No entanto, no 14.º DP (Pinheiros), onde fica a Seccional Oeste, o plantonista não sabia do novo serviço anunciado pelo Decap na semana passada. No 96.º DP (Brooklin), mesmo espaço da Seccional Sul, um investigador também desconhecia a nova medida. Ele perguntou a outros dois colegas, que também não souberam explicar o que era o serviço.
No 81.º DP (Belém), na Seccional Leste, o plantonista mais uma vez nunca tinha ouvido falar das mudanças. Outro policial disse que "aos poucos" as placas com informações chegariam aos plantões policiais. Segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP), as placas estão sendo produzidas para que seja mantido o mesmo padrão.
Ontem, duas delegacias foram avaliadas pela SSP sobre atendimento: o 9.º DP (Carandiru) e o 81.º DP. Em ambos, segundo a pasta, as vítimas foram atendidas em até 20 minutos. Nesta última, a reportagem viu o plantão vazio. Em nota, a secretaria informou que oito ligações chegaram ao SAC, a maioria elogios, mas não explicou sobre o que se tratavam os telefonemas.
Alterações. As mudanças previstas abrangem desde escalas de plantões dos funcionários das delegacias até a redistribuição de pessoal. Os 6,2 mil funcionários deixam de trabalhar em escala de 12 horas (o que os obrigava a cumprir horários de manhã e de madrugada na mesma semana) para trabalhar em horário fixo de oito horas.
Em relação à estrutura, as delegacias que registram menor quantidade de BOs, como o 18.º DP, no Alto da Mooca, na zona leste (menos de 2 mil boletins por ano), cedem funcionários para locais mais movimentados, como o 1.º DP, no centro (mais de 15 mil). A maioria das equipes vai trabalhar das 7h às 23h, quando são registrados 85% dos BOs.
Houve também um enxugamento de 50% no pessoal que trabalhava nas seccionais, que foi redistribuído pelos distritos da capital. "A divisão de pessoal não seguia nenhum critério. A reestruturação vai agilizar o trabalho", diz o delegado assistente Pablo Rodrigo França, do Decap.
As prisões em flagrantes, que obrigavam a interrupção do atendimento ao público nas delegacias, passam agora a ser feitas em centrais voltadas para esse serviço. Serão nove centrais de flagrantes espalhadas pelas seccionais da capital.
Um flagrante pode levar até três horas para ser feito, o que resultava em longas demoras para o registro de BO.
As mudanças começaram nos distritos das 4.ª (norte), 5.ª (leste), 7.ª (Itaquera) e 8.ª (São Mateus) seccionais. As mudanças passam a abranger as demais delegacias a partir de 1.º de agosto. A partir dessa data, todos os distritos vão ficar abertos 24 horas.
PARA LEMBRAR
Interior testou plano por 1 ano
O piloto das mudanças nas delegacias paulistas completou um ano de atividades em dez cidades da região de Piracicaba, no interior do Estado. Nesses municípios, 16 DPs tiveram prédios desativados e o atendimento foi unificado com outras unidades. São João da Boa Vista, por exemplo, centralizou em um só prédio, além de três distritos policiais, a Delegacia da Defesa da Mulher e a Delegacia de Investigações Gerais.
Na avaliação da Secretaria da Segurança Pública, o projeto foi um sucesso. Segundo o coordenador do projeto de reengenharia, Valdir Assef, além da melhor qualidade dos serviços, as mudanças possibilitaram economia ao Estado. Em Leme, a redução de custos foi de R$ 15 mil por mês, por exemplo.
Bruno Paes Manso e Camilla Haddad
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