O CORVO
Um poeta sábio, bêbado e ocultista.
Pensa numa amada Lenora.
Ai começa o sofrimento: Muitos sofrem para
traduzir.
Um esforço hercúleo, vários sábios, inúmeros
idiomas.
Lenora, uma paixão. Continua ali como um busto
de Minerva, estática.
Desafia a todos
Sofrem os intelectuais, penam, discutem,
questionam...
São seduzidos pelas aliterações e prisioneiros
da métrica.
Oh
paixão sofrida! Essa paixão dos intelectuais pelas palavras e pelos
sonetos.
Sonetos que encantam, tão musicais, que pintam
com cores fortes uma imagem cinematográfica.
Doce e torturante sedução pelas palavras,
pelas rimas e pelos versos melódicos.
Tudo isso e nada mais.
Com a alma em febre todos buscam a perfeição:
onde esta a melhor tradução.
Com a alma a sofrer naquelas sílabas fatais.
Lenora sorri.
Como quem diz: "Nunca, nunca, nunca mais".
O corvo cruel, animal pérfido e zombeteiro. Ó ser do mal!
Profeta sempre, ave infernal
A torturar, professores e acadêmicos. Estudiosos e amantes
das letras (apaixonados por livros).
Só sei que continuo a
meia noite (erma e sombria) a ler doutrinas de outro tempo em curiosíssimos
manuais.
Então eu finalizo: “ É apenas isso e nada mais."
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