quinta-feira, 4 de agosto de 2016

O CORVO

O CORVO
Um poeta sábio, bêbado e ocultista.

Pensa numa amada Lenora.

Ai começa o sofrimento: Muitos sofrem para traduzir.

Um esforço hercúleo, vários sábios, inúmeros idiomas.

Lenora, uma paixão. Continua ali como um busto de Minerva, estática.

Desafia a todos

Sofrem os intelectuais, penam, discutem, questionam...

São seduzidos pelas aliterações e prisioneiros da métrica.

Oh  paixão sofrida! Essa paixão dos intelectuais pelas palavras e pelos sonetos.

Sonetos que encantam, tão musicais, que pintam com cores fortes uma imagem cinematográfica.

Doce e torturante sedução pelas palavras, pelas rimas e pelos versos melódicos.

Tudo isso e nada mais.

Com a alma em febre todos buscam a perfeição: onde esta a melhor tradução.

Com a alma a sofrer naquelas sílabas fatais.

Lenora sorri.  Como quem diz:  "Nunca, nunca, nunca mais".

O corvo cruel, animal pérfido e zombeteiro. Ó ser do mal! Profeta sempre, ave infernal

A torturar, professores e acadêmicos. Estudiosos e amantes das letras (apaixonados por livros).

Só sei  que continuo a meia noite (erma e sombria) a ler doutrinas de outro tempo em curiosíssimos manuais.

Então eu finalizo: “ É apenas isso e nada mais."


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